segunda-feira, 27 de abril de 2009

Olavo Bikers une 250 pessoas em passeios por São Paulo

Olavo Bikers une 250 pessoas em passeios por São Paulo Por Lilian El Maerrawi | 26/04/2009 - Atualizada às 11:59 Olavo (de azul) com alguns participantes de seu grupo Foto: Lilian El Maerrawi/ www.webventure.com.br1 O grupo Olavo Bikers teve um tratamento especial neste fim de semana (24 e 25). Sob a patente de Adriana Nascimento e Mario Roma, 25 integrantes deste que tem cerca de 250 bikers em seus passeios aos sábados e domingos pela capital paulista, fizeram uma clínica de mountain bike com a dupla do Brasil Soul MTB Team em Itu (SP). Acostumados a pedalar na cidade, eles aprenderam técnicas de pilotagem em aulas teóricas e práticas em trilhas e estradas de terra. A formação da “organização” é curiosa. Olavo é um engenheiro cívil de 69 anos que pedala há quase 20 anos. Seu começo em cima da bike foi em 1991, em Bauru (SP), quando se reunia aos domingos com alguns amigos para passeios de bike pela cidade. Para fazer tudo de uma forma mais regrada, eles criaram uma camisa com o slogan: “Vai quem quer. Volta quem pode”. “A história dessa frase é engraçada. Uma certa vez, um dos homens que faziam esses passeios conosco não agüentou completar a trilha e pediu para voltar. Arrumamos um carro para levá-lo de volta e criamos não só esta frase como uma camisa com um homem pedalando todo feliz na frente e a frase ‘Vai quem quer’, e atrás o mesmo homem cansado, de língua de fora e o restante ‘Volta quem pode’”, relembra Olavo divertindo-se com o fato. Depois de alguns anos, o engenheiro voltou para São Paulo e começou a pedalar no grupo de Renata Falzoni. “Era muita gente que pedalava junta e começaram a se formar sub-grupos. Um desses grupinhos éramos nós, e passamos a pedalar no mesmo dia da Falzoni, às terças-feiras, mas saíamos de outro lugar. Aconteceu essa divisão por acaso, por afinidade de alguns”, conta. “Um dia, ainda no grupo da Falzoni, resolvemos colocar em guardanapos o nome e o telefone de todos e eu tive a iniciativa de ligar para um por um todos os dias de passeio, que passaram para o sábado. Depois de algum tempo, quando já estávamos organizados, não tínhamos um nome e resolveram que seria Olavo Bikers, porque eu que organizava tudo”, explicou ele. E para voltar às origens, Olavo passou a marcar os passeios também para o domingo. “Quis resgatar os tempos de Bauru (SP)”, relata. Dali em diante, os integrantes do grupo passaram a chamar seus amigos para os passeios, e desta forma, no boca-a-boca, o Olavo Bikers passou a ter proporções que até mesmo o organizador se admira. “Cada domingo chega mais gente para pedalar conosco. Pessoas que eu nunca vi na vida, que passam a integrar o grupo e a chamar mais gente. No último pedal, saímos com 244 pessoas. Vem gente até de Pirituba para pedalar conosco”, orgulha-se. “Mas temos mais de 500 cadastrados no nosso site. Já o slogan que usávamos em Bauru era meu por direito adquirido”, brinca ele que incorporou a frase no atual grupo. Os Encontros - Olavo explica que os passeios acontecem religiosamente todos os sábados e domingos, às 9h30, com saída da FNAC de Pinheiros, e que cerca de “meio quilômetro” de bikes passeiam por cerca de duas horas por diversos bairros de São Paulo. “Nós decidimos a rota no momento que saímos. Nunca fazemos o mesmo percurso. O domingo é sagrado para nós. Seja Natal, feriado, aniversário de alguém ou qualquer coisa, estamos sempre lá na FNAC para pedalar. Só não pedalamos com chuva, porque é perigoso”, disse. As regras do grupo são poucas. Eles não pedalam na Marginal Pinheiros e nas avenidas Paulista e Rebouças. “Não vou na Marginal porque é muito perigoso, e nas outras, se formos, atrapalharemos o trânsito, ou os carros nos atrapalharão”, explicou ele, o mais velho do grupo. “Não competimos. Somos um grupo contemplativo”. Além das voltas pela cidade, o Olavo Bikers faz passeios por outras cidades dentro e fora do Estado. No feriado de Tiradentes eles foram para o Rio de Janeiro (RJ). “Antes éramos apenas amigos dentre os que pedalavam. Hoje somos um grupo de amigos com as esposas e filhos”, contou sobre os acompanhantes de viagens e encontros. Para identificação, há uma camisa que é vendida por eles e o valor arrecadado é doado, todos os meses, para uma instituição que cuida de idosos carentes. A doação é entregue pessoalmente por Olavo. A rota final de todos os passeios é uma padaria na zona sul de São Paulo. O grupo para lá por volta das 11h30 para confraternização e um café entre todos. De lá, cada um segue de volta para casa. “Eu vou lá todos os domingos, mesmo quando chove e não há passeios, e é incrível que muitos outros fazem a mesma coisa, só pelo gosto de estarem juntos sempre”, conta emocionado. “É interessante como o mountain bike une as pessoas”, finaliza Olavo.

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